"NUTRACÊUTICA" A MEDICINA DO FUTURO.

NUTRACEUTICA

Nos últimos anos, a população em geralmente reconhece a importância de manter a saúde. O ser humano sempre buscou uma melhor forma de viver, ter excelentes condições de saúde e de vida, bem como viver mais.

No início do novo milénio, uma nova fase de desenvolvimento na área das ciências da alimentação e nutrição tem estado presente com especial intensidade e tem sido uma tendência mundial a introdução de substâncias químicas ou biológicas que podem ser encontradas como componentes naturais dos alimentos ou adicionadas a eles e que são especialmente benéficas, tanto na prevenção de doenças como na melhora das funções fisiológicas do organismo.

Especialistas em nutrição humana, ciência e tecnologia de alimentos, entre outros, estão pesquisando ativamente esta nova área, reconhecida sob o nome de "alimentos funcionais", e aceitam o papel dos componentes alimentares como nutrientes essenciais para a manutenção da vida e da saúde.

O termo nutracêutico (em inglês, nutraceutical) surgiu da união das palavras “nutrição” (em inglês, nutrition) e “farmacêutico” (em inglês, pharmaceutical) e foi primeiro cunhado por Stephen L. DeFelice em 1989, que também estabeleceu a Fundação para Inovação em Medicina (do inglês, The Foundation for Innovation in Medicine) em 1976 (DeFelice, 1995).

O termo alimento funcional foi inserido primeiramente na literatura japonesa em 1984, um pouco depois da introdução do termo nutracêutico, cunhado por DeFelice. Esse termo denota que esses alimentos estão diretamente envolvidos com a modificação benéfica de sistemas fisiológicos como o sistema circulatório, neurológico, endócrino, imune, e digestivo, entre outros (Arai, 2009)

O conceito de nutracêutico pode ser ampliado para definir qualquer substância, podendo ser considerada alimento ou parte de um alimento, como um suplemento dietético, nutrientes isolados, alimentos produzidos por meio de engenharia genética, produtos à base de plantas e alimentos processados, que possui algum benefício médico ou para a saúde, incluindo a prevenção ou tratamento de doenças, por possuir atividades biológicas e desempenharem funções fisiológicas para o organismo (Andlauer; Fürst, 2002; Defelice, 1995; Sauer; Plauth, 2017).

Definição:

Os nutracêuticos são substâncias químicas ou biológicas ativas que podem ser encontradas como componentes naturais de alimentos ou adicionadas a eles. Apresenta-se em matriz não alimentar (comprimidos, cápsulas, pó, etc.), e quando administrado em dose superior à encontrada nesses alimentos, presume efeito favorável à saúde, superior ao da alimentação normal.

Portanto, os produtos nutracêuticos têm a capacidade de fortalecer as condições saudáveis, servindo como auxiliar no cuidado e manutenção da saúde, bem como na prevenção de doenças e na melhora das funções fisiológicas do organismo. Os nutracêuticos diferem dos medicamentos porque estes últimos não têm origem biológica natural, diferem dos extratos e infusões de ervas e similares na concentração de seus componentes e não precisam ter ação terapêutica.

Alimentos nutracêuticos previnem doenças crônico-degenerativas, como infartos, derrames, hipertensão, diabetes, cânceres dependentes de hormônios (glândulas mamárias, próstata, tireóide, etc).

CLASIFICAÇÃO

Os nutracêuticos apresentam classificações em diferentes grupos, sendo eles:

1. Fonte alimentar:

2. Propriedade funcional e

3. Natureza química.

Os que apresentam Fonte alimentar são classificados em:

· Grupo vegetal (ex.: licopeno),

· Grupo animal (ex.: DHA- Ácido Docosa-hexanóico),

· Bactérias e leveduras (ex.: Bifidobacterium bifidum; Saccharomyces boulardii).

Os de propriedade funcional agrupam-se com base em suas propriedades fisiológicas, não levando em consideração a fonte alimentar. Estes podem ser classificados de acordo com sua ação em:

· Antioxidante,

· Antibacteriano,

· Hipotensivo,

· Antiinflamatório,

· Anti-carcinogênico,

· Protetor ósseo,

· Imunomodulador

· Hipocolesterolêmico, etc.

E por último, os de natureza química, são agrupados de acordo com suas características químicas/moleculares. (GOMES; MAGNUS; SOUZA, 2017; OLIVEIRA et al., 2020). Exemplos:

· Isoprenóides/terpenóides (carotenoides),

· Compostos fenólicos (isoflavonas),

· Carboidratos e derivados polissacarídeos (fibras),

· Oligossacarídeos,

· Ácido ascórbico,

· Ácidos graxos poliinsaturados (ômega 3),

· Minerais (cálcio), proteínas/aminoácidos

· Fatores de transferências.

O futuro da indústria química está baseado nos agentes nutracêuticos, que são utilizados na composição de alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos devido à crescente demanda internacional por produtos que ajudem a sociedade a buscar uma vida melhor e mais saudável.

Nesse contexto a evolução e desenvolvimento da nutracêutica tem se favorecido com os avanços da Biotecnologia, sobre tudo com a novidade da Nanotecnologia, a possibilidade de trabalhar a nível molecular por quanto as técnicas de nanofiltrado permitiram a obtenção de moléculas cada vez mais pequenas, produtos mais purificados, de maior concentração, altamente hidrolisados e ultra absorvíveis capazes de fornecer, com maior facilidade, segurança e mais rapidez, os princípios ativos necessários para manter em equilíbrio os processos fisiológicos e metabólicos (Omeostase).

Nos últimos anos, há crescentes estudos na literatura a respeito da relação entre moléculas com potencial nutracêutico e os sistemas purinérgico e imunológico. Esses sistemas são composto fundamentalmente de um conjunto de células, citocinas, leucinas, enzimas transmembranas, como a Nucleosídeo Trifosfato Difosfohidrolase (NTPDase), Ecto-5’-nucleotidase (Ecto-5’-NT), Nucleotídeo Pirofosfatase/Difosfodiesterase (NPP) e Adenosina desaminase (ADA) que hidrolisam e degradam nucleotídeos e nucleosídeos de adenina como a adenosina trifosfato (ATP), adenosina difosfato (ADP) e adenosina monofosfato (AMP) e adenosina (ADO). Além disso, diversos receptores acoplados a membranas, subdivididos em receptores do subtipo P2, P1 e outros, ligam especificamente às moléculas sinalizadoras desencadeando respostas celulares dependendo do tipo celular no qual se encontram expressos (Junger, 2011; Yegutkin, 2008).

Efeitos relatados na literatura demonstram, de maneira geral, uma regulação benéfica a nível dos sistemas purinérgico e Imunológico, com isso, podem possuir atividades Imunomoduladoras, neuroprotetoras, antioxidantes, anti-inflamatórias, cardioprotetoras, entre outras, necessárias para a homeostasia do organismo. Estudos futuros se fazem necessários para continuar elucidando quais os mecanismos que moléculas e alimentos nutracêuticos agem a nível de sistemas purinérgico e imune e seu possível impacto na prevenção ou reversão de doenças.

As pesquisas em novas tecnologias para o desenvolvimento da nutracêutica estão alcançando patamares mais especializados e novas terminologias vem para acrescentar mais ciência para a indústria do Bem –Estar e a saúde, como o melhor exemplo no mundo científico cada vez se fala mais sobre TRANSFERCÊUTICA como uma nanotecnologia, terminologia derivada da utilização da molécula do Fator de transferência de informação imunológica para a modulação do Sistema Imunológico, moléculas de origem animal com propriedade funcional de imunomodulação e de obtenção natural.

ALGUNS EXEMPLOS DE MOLÉCULAS NUTRACÊUTICAS DOS SISTEMA PURINÉRGICO E IMUNE

· Antocianinas

· Berberina

· Café, cafeína, ácido cafeico e ácido clorogênico

· Curcumina

· Lingonberry

· Quercetina

· Resveratrol

· Fator de transferência

Desde o século XX é conhecida a necessidade de ingestão de macronutrientes (proteínas, hidratos de carbono e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais essenciais). O setor alimentício e os consumidores passaram a enxergar os alimentos não apenas do ponto de vista nutricional, mas também de seus benefícios à saúde. Os produtos nutracêuticos têm sido privilegiados no mercado para otimizar a nutrição humana e animal para fins preventivos e terapêuticos e para incorporar compostos ativos em alimentos de uso diário, que proporcionem benefícios fisiológicos comprovados e/ou ajudem a prevenir e reduzir o risco de doenças, para além das suas funções básicas funções nutricionais.